"Formar o elenco exige um insight infinito por parte do diretor", afirma Viola Spolin. E é verdade. O diretor consegue ver além do que estamos costumados a ver. É possível tirar leite de pedra? É possível acabar com os vícios? Como acabar com o improviso se a vida inteira você conviveu com ele? Quando o improviso é um perigo? O diretor precisa sacar isso. Ele não pode ver uma obra acabada, ele procura "o tom de voz, aquela presença, aquela qualidade corporal - aquele "algo" indefinível que inicialmente é apenas sentido."
E, meus amigos, não dá para descrever isso. A gente, simplesmente, sabe. Na concepção de "Capitães do Morro", recorro mais uma vez à Viola Spolin quando ela sentencia que: "Um ator pode ter as qualidades do personagem que se deseja, mas tem tão pouca formação ou tantos vícios e maneirismos que será impossível conseguir o necessário num período de ensaio limitado."
Entretanto, a escolha é minha. É uma responsabilidade tensa. Você deve ter a certeza que a semente do personagem está dentro de cada ator selecionado para montar a peça. Todas as minhas energias estão focadas na descoberta, no desvelamento, na criação, no movimento e na precisão do texto. Eu foco, eles focam. Tenho plena convicção que o elenco selecionado: Jorge, Ruy, Germano, Paula, Laiane, Andréa, Val, Ricardo, Léia, Maurício, Rafael, Hilton, Beto e Romário é fruto de minha sensibilidade, consciência e bom gosto. Serei o "agente catalisador, que procura canalizar as energias de pessoas diferentes para uma ação unificadora."
Pawlo Cidade
Diretor
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