sexta-feira, 30 de março de 2012

PREPARAÇÃO VOCAL, CORPORAL E TRILHA SONORA FORAM ALGUNS DOS PONTOS DE TRABALHO ESTA SEMANA

Antonio Melo preparando o elenco
O elenco de Capitães do Morro está a todo vapor. Esta semana os atores tiveram aula de preparação corporal com o contra-mestre Pizuti, a fim de conferir a todos um desempenho corporal com mais vigor e flexibilidade, afinal, os personagens da peça requerem esse tipo de preparo. O professor e maestro Antônio Melo também iniciou o trabalho de preparação com o elenco.

 D´Jesus vai compor as letras da trilha

 Paula e Laiane e processo de criação

 Treinamento no auditório. Prévia do laboratório

 Outro momento de Antonio Melo

 Laboratório: como nasce a personagem?

 Tacila Mendes, nossa Assessora de Imprensa e Antonio Melo

Pizute em atividade
Outra pessoa que vai contribuir vocal para a originalidade da trilha sonora da peça é “De Jesus”. Ele inicia agora a composição das letras das canções de Capitães do Morro. Lavador de carro (flanelinha), “De Jesus” vai trabalhar as letras sob sua ótica, de acordo com a maneira como realidade lhe é apresentada e, claro, vai acompanhar a preparação da peça para também se inspirar no texto.

No ensaio de ontem, como resultado de todo o trabalho feito até aqui, começam a tomar forma as primeiras cenas de “Capitães do Morro”.  

quarta-feira, 28 de março de 2012

AVISO DE ENSAIO

Pessoal, mudança no local de ensaio. Em virtude de uma reunião, marcada previamente no Sindicato dos Bancários, iremos ensaiar hoje, quarta-feira, no Teatro Municipal de Ilhéus, às 19h00. 

sexta-feira, 23 de março de 2012

A CONSTRUÇÃO DA PERSONAGEM

A descoberta da personagem se dá através de um processo pessoal. Embora, muitos jogos e exercícios cênicos teatrais e dramáticos, individuais e coletivos, sejam possíveis através de atividades grupais de improvisação. Por falar em improvisação, é possível improvisar dentro da improvisação? Ou seja, como criar a partir de outra ação, de súbito, sem que o outro parceiro perceba? Sim, é possível.

Maurício Lima em processo de criação da personagem Luquinha
Quase sempre o ator não percebe quando ele consegue fazer isso. É um ato tão repentino e sutil que só um espectador bizantino é capaz de descobrir. Afinal, sua função é crítica. É ater-se aos mínimos detalhes da cena. É desconstruir, encontrar a falha, salientar o erro. Ao construirmos um personagem, seja como autor ou como intérprete, estamos vivendo um momento de parto. A personagem ou o personagem nasce no “útero” dionisíaco. Ele vai se formando, paulatinamente, até “nascer”. Há “personas” que não nascem nunca. Há “personas”, porém, que nascem na estreia do espetáculo. E isso, muitas vezes é involuntário. Mesmo que desejemos, mesmo que estejamos imbuídos ou compenetrados não conseguimos fazer com que ela venha e finalmente se personifique.

Aliás, é bom salientar que personificar, nada tem a ver de “receber entidade”, nem tampouco de “encarnação”. O personagem, mesmo que ele tenha existido na realidade, na arte, ele não encarna, nem entra em processo de download. Ele é construído, montado, estruturado de tal forma que é possível fazê-lo nascer. Digamos que se trata de uma experiência quase “clonática” (palavra que acabei de criar) para não dizer, surreal. Embora a clonagem seja um fato inquestionável e real. O ator vai então clonar a personagem criada pelo autor e torná-la real.

Por fim, criar não é só tornar visível o invisível. Criar é um todo. Não adianta ser um velho somente pela aparência. É preciso sentir o que um velho sente, ao sentar, levantar, caminhar, tossir, chorar. O que torna um velho, “velho”, não é sua aparência, mas o que ele sente por dentro. Quando a personagem nasce, ela traz consigo tudo isso. E, se o ator sente, a plateia sente junto com ele.

sexta-feira, 16 de março de 2012

ANÁLISE CRÍTICA DO TEXTO

Finalizamos esta semana com uma análise crítica do texto de "Capitães do Morro". O autor e diretor do espetáculo, Pawlo Cidade, disse ser de extrema importância discutir o que está por trás das cenas da peça, sobretudo os aspectos políticos, sociais e culturais. "Num debate como este entendemos como surgem as personagens. Como eles criam os conflitos que estão apresentados e como eles nasceram, de onde vêm, qual a função de cada um na trama".

"É preciso entender que no SUBTEXTO (clique no link para entender melhor) há sempre um texto escondido, há sempre uma história por trás daquela outra história. É um ciclo, que não pára. Quando o ator sai de cena, ele não pára de atuar. Ele continua atuando nas coxias, se aquecendo, esperando o momento de voltar", diz Cidade.


sexta-feira, 9 de março de 2012

COMEÇARAM AS LEITURAS DE MESA

  

Ler o espetáculo é, no sentido metafórico – como bem afirma Patrice Pavis – decifrar e interpretar os diferentes sistemas cênicos (dentre os quais o texto dramático) que se oferecem à percepção do espetáculo. A crítica emprega hoje a expressão “ler o teatro” no sentido de uma busca de todas as unidades possíveis do texto e das imagens cênicas com a finalidade de “determinar os modos de leitura que permitem não só esclarecer uma prática textual muito particular, como mostrar, se possível, os vínculos que unem esta prática textual a uma outra prática, que é a da representação.”
Os sistemas cênicos (ou sistema significante) agrupa um conjunto de signos pertencentes a um mesmo material (iluminação, gestualidade, cenografia etc.) e que forma um sistema semiológico de oposições, redundâncias, complementaridades etc. Ela abarca ao mesmo tempo a organização interna de um dos sistemas e as relações dos sistemas entre si. Ela convida a imaginar o espetáculo como um objeto atravessado por vetorizações em todos os sentidos.
Entretanto, “ler um texto dramático não é simplesmente seguir ao pé da letra um texto como se leria um poema, um romance ou um artigo de jornal, a saber, ficcionalizar ou criar um universo ficcional (ou um mundo possível)”, alerta Patrice Pavis. E ele continua: A leitura do texto dramático pressupõe todo um trabalho imaginário de situação dos enunciadores. Que personagens? Em que tempo e lugar? Em que tom? Todas elas perguntas indispensáveis à compreensão do discurso das personagens. Ademais, é inevitável acompanhar esta leitura de uma análise dramatúrgica, que esclareça a construção dramática, a apresentação da fábula, a emergência e a resolução dos conflitos.”
Este trabalho nós realizamos nesta semana, com a leitura inicial do espetáculo “Capitães do Morro”. Primeiro, uma leitura de reconhecimento; depois, uma leitura atenta; por fim, uma leitura interpretativa. É a partir desta última que a gente começa a penetrar no universo da personagem. Esta leitura, vista de forma horizontal, é feita dentro da perspectiva de uma espacialização desses elementos dinâmicos do drama, da colocação em relevo do esquema diretor da ação.  A gente se coloca no interior da ficção; seguimos o rastro da ação e da fábula, observa os encadeamentos dos episódios e se preocupa com a lógica narrativa e com o resultado final para o qual a fábula tende. “Ela só usa, nos materiais cênicos, aquilo que se integra ao esquema narrativo e mantém o espetáculo na ilusão de uma progressão irressistível.”
Finalmente, quando todo este processo é compreendido, partimos para a leitura verticalizada (ou paradigmática) que “favorece as rupturas do fluxo dos acontecimentos para ligar-se aos signos cênicos e aos equivalentes paradigmáticos dos temas que eles evocam por associação”, assinala Patrice. É hora de analisar como a cenografia, a iluminação, a maquiagem, o figurino, o som, a gesticulação, a marcação irão influenciar no discurso cênico.
Bom seria que a leitura tivesse o conceito de texto dramático. Pois “se lê o teatro mui diferentemente de um texto lingüístico: expondo-se a todas as linguagens não-verbais (gestual, música, cenografia, rítmica) que, precisamente, escapam à linguagem e confrontam o espectador com um evento cênico, não com um texto constituído de signos lingüísticos.”

sexta-feira, 2 de março de 2012

ENSAIOS DE "CAPITÃES" COMEÇAM NA TERÇA-FEIRA, 06/03

Ao contrário do que muitos imaginam, "Capitães do Morro" não é uma releitura da obra Capitães de Areia, do renomado escritor Jorge Amado. A peça é um drama urbano que se passa em um Morro dominado pelo tráfico de drogas, sob o comando do traficante Cabeção. Depois, passa a ser liderado por Pedro Bala (apenas uma coincidência do personagem principal do livro de Amado).

Na história, Pedro Bala é Binho, que por sua vez se chama Fábio Augusto. "Pedro Bala" é o nome que ele se dá depois de ser obrigado a ler na escola Capitães de Areia. A professora numa ação discriminatória diz que ele, Binho, será como um dos meninos de rua. Revoltado, abandona a escola. Troca o nome para o do personagem do livro depois que sua mãe é assassinada por Cabeção.

"Capitães do Morro" tem estrutura narrativa que prima, em parte, pelo psicodrama. Não será um espetáculo que dará informações prontas. E, o mais surpreendente e inovador é que a peça terá três finais diferentes. O público poderá assistir o espetáculo três vezes e decidir qual o melhor final.

Os ensaios começam com as Leituras de Mesa, na próxima terça-feira, dia 06/03 e serão realizados no Sindicato dos Bancários, próximo a Rádio Cultura de Ilhéus.